A estabilidade de um cargo público é um dos fatores que levam as pessoas a participarem de um concurso público. Contudo, além da rotina intensa de estudos, é preciso enfrentar as bancas de concursos públicos.
Cada uma com as suas particularidades, elas são responsáveis por elaborar, divulgar e, é claro, corrigir as provas que são aplicadas. Dessa forma, além de dominar o conteúdo programático que consta no edital, é interessante conhecer um pouco mais sobre o perfil das principais bancas de concursos público.
Continue com a leitura deste post e se prepare melhor para as provas:
Esaf
Sigla para Escola de Administração Fazendária, a Esaf faz parte do Ministério da Fazenda. Essa banca está presente nos concursos relacionados à gestão de finanças públicas e é uma das que deixam os concurseiros mais nervosos.
As provas da Esaf costumam ser realizadas durante todo um fim de semana e, de modo geral, são longas — tanto os textos quanto as questões —, mas não perdem a objetividade, sendo necessária uma leitura atenta por parte do candidato.
Além disso, elas apresentam um alto grau de dificuldade, o que contribui para que a pessoa se sinta ainda mais tensa durante a sua realização.
As questões
Em relação às questões, são abordadas tanto as objetivas (questões de múltipla escolha) quanto as discursivas.
As questões objetivas normalmente apresentam 5 alternativas (A a E) e, devido à sua extensão, é possível que o candidato fique confuso caso a leitura não seja feita atentamente.
Uma orientação muito útil para enfrentar a banca da Esaf é ler, primeiramente, as alternativas das questões. Em alguns casos, é possível resolvê-las sem fazer a leitura do texto, o que vai contribuir para que você tenha mais tempo para as demais questões ou para uma questão em particular que esteja gerando dúvida.
Além disso, na maior parte das vezes, as questões relacionadas à interpretação aparecem no início da prova, enquanto as relacionadas à gramática vêm depois. Como as questões interpretativas costumam ser mais demoradas, comece resolvendo as de gramática.
No que diz respeito à parte discursiva, o enunciado é bastante objetivo e são colocadas algumas questões que devem ser respondidas em forma de um texto dissertativo.
Não se esqueça de que é necessário conseguir o mínimo de pontos em todas as matérias abordadas para não ser desclassificado. Ou seja, não adianta conseguir uma pontuação muito boa em uma matéria específica enquanto que nas demais a pontuação está baixa.
Existe, ainda, a prova oral, que é o item final nos concursos para procuradoria e magistratura. O assunto dessa prova é escolhido no momento em que ela vai ser aplicada, pela própria banca (normalmente por meio de sorteio), de acordo com o conteúdo presente no edital.
Nessa modalidade de prova, não é aconselhável que as respostas sejam muito longas, pois o candidato pode acabar se confundindo, e é extremamente importante que as respostas sejam bem fundamentadas.
Lembre-se de que, quanto mais informações você tentar fornecer sobre o assunto, maiores vão ser as chances de se perder e de escrever alguma coisa que não tenha ligação com o tema abordado — o que vai levar à perda de pontos.
Uma maneira bastante eficaz de você se preparar para a banca da Esaf é estudar cuidadosamente as questões das provas aplicadas em outras ocasiões. Assim, você vai conhecer melhor a sua estrutura e vai poder focar nos pontos que considera mais difíceis.
A redação
Há ainda a redação, e é preciso ficar atento a esse item, pois a Esaf solicita uma produção textual que contenha de 60 a 90 linhas, bem mais do que o número de linhas exigido pela maior parte das outras bancas.
Dessa forma, procure estruturar adequadamente a divisão do tempo na realização da prova para que você não seja prejudicado.
Um ponto interessante em relação à redação é que a Esaf normalmente exige que se faça uso de letra cursiva. Assim, se você possui o hábito de escrever utilizando letra de forma, é melhor ir treinando para não ter problemas no momento da prova.
Uma dica (e essa vale para provas de qualquer banca) é nunca produzir o texto diretamente na folha definitiva, mesmo que o tempo para realização da prova pareça curto. Use, primeiramente, a folha para rascunho e depois tome bastante cuidado ao passar o texto a limpo.
Cespe
Sigla para Centro de Seleção e de Promoção de Eventos, o Cespe pertence à Fundação Universidade de Brasília (UnB). Essa banca está presente em concursos de organizações diversas, como do Banco Central e da Polícia Federal, e é considerada a mais temida pela maior parte dos candidatos, pois as suas questões apresentam um elevado grau de dificuldade.
As questões
As provas do Cespe, de modo geral, são compostas de questões nas quais a pessoa tem que marcar a resposta certa ou a errada, fugindo, assim, das tradicionais questões de múltipla escolha, que muitas vezes são resolvidas por meio da técnica de eliminação das alternativas ou até mesmo por meio do “chute”. Esse fato faz com que seja necessário ter ainda mais atenção.
Um fator que merece destaque é o tema das questões. É interessante estudar e memorizar o assunto da prova. Contudo, as questões não vêm separadas de acordo com cada conteúdo, de forma específica, mas são abordadas de uma maneira contextualizada.
Dessa forma, é necessário que se conheça a matéria e, também, que se saiba analisar e interpretar corretamente dados e gráficos, pois são itens muitos presentes nas questões.
Outro ponto que não pode ser esquecido é o fato de as respostas erradas do candidato contribuírem para que ele não apenas deixe de ganhar pontos no que diz respeito à questão, mas também para que ele perca pontos.
Assim, a nota da pessoa vai ser 0 caso acerte a metade da prova, mas erre a outra metade. Por esse motivo, é extremamente desaconselhável fazer uso da estratégia do “chute” no momento de escolher a resposta, pois isso pode afetar negativamente a sua pontuação.
Nas provas do Cespe, existe ainda a possibilidade de o candidato deixar a questão em branco, o que não vai influenciar no resultado. Ou seja, nesse caso, a pessoa não perde nem ganha ponto.
Assim, caso você esteja em dúvida em relação à resposta correta de alguma questão ou realmente não saiba qual é a resposta certa, o melhor é deixar em branco e não arriscar uma resposta errada, pois, como já foi colocado, cada resposta errada anula uma resposta correta.
É importante se lembrar de que, em algumas provas, o candidato perde o ponto relativo a uma questão a cada 2 ou 3 que estiverem incorretas.
A redação
E não se esqueça da redação. As regras para a correção estão relacionadas a elementos macroestruturais e microestruturais do texto.
Os aspectos macroestruturais dizem respeito à adequação e ao desenvolvimento do tema proposto e à estruturação do texto na folha, por exemplo.
Já os microestruturais têm a ver com a análise da morfologia, da sintaxe e da acentuação, entre outros itens. Assim, para que você consiga uma boa pontuação nessa modalidade, é preciso ter um bom conhecimento de coerência e de coesão textual.
O texto produzido deve ser de cunho dissertativo-argumentativo e deve conter de 20 a 30 linhas. A banca faz a análise considerando, também, pontos como:
- boa articulação entre os termos;
- argumentação consistente;
- uso correto da gramática;
- escolha de vocabulário adequado.
Para se preparar melhor, é válido treinar utilizando provas anteriores organizadas pela banca como material de estudo. Desse modo, você vai se familiarizando com as características próprias dela.
FGV
Sigla para Fundação Getúlio Vargas, a FGV é uma instituição de ensino de renome no Brasil. Mesmo não sendo responsável por um grande número de concursos, ela se destaca por geralmente estar à frente da organização daqueles que despertam o interesse em grande parte das pessoas e que apresentam muitas vagas, como os de âmbito municipal, estadual e federal.
Em relação ao edital, é importante fazer a leitura com bastante atenção. Mesmo sendo uma orientação válida para concursos realizados por qualquer banca, é ainda mais significativa quando se trata da FGV, pois praticamente todo o conteúdo indicado para estudo vai “cair” na prova.
As questões
No que diz respeito às questões propriamente ditas, de modo geral, elas são de múltipla escolha, e a pessoa deve assinalar 1 alternativa correta em meio a 5 possibilidades de resposta. As questões podem seguir o modelo do “verdadeiro ou falso” ou podem ser do tipo “questão-problema”.
No 1º caso, são colocadas as afirmações a respeito de determinado assunto, e o candidato deve analisar a veracidade de cada uma delas. Após isso, deve ser marcada a alternativa que engloba somente os itens considerados falsos ou que engloba somente os itens considerados verdadeiros.
Um ponto positivo desse tipo de questão é o fato de que a pessoa pode conseguir marcar a alternativa certa mesmo sem saber se todos os itens que fazem parte dela estão corretos, uma vez que um grupo de elementos considerados corretos ajuda a excluir as outras alternativas.
Já no caso da “questão-problema”, como o nome mesmo indica, são narrados fatos de uma situação real com um problema a ser resolvido, e a pessoa deve escolher a alternativa que apresenta a solução correta para esse problema. Nesse tipo de questão, é interessante observar que nem todas as informações disponibilizadas vão contribuir, realmente, para que se chegue à resposta certa.
De qualquer forma, independentemente do padrão das questões, é preciso estar preparado para enfrentar enunciados extensos e com assuntos bem elaborados. Os temas abordados com muita frequência estão relacionados à política e à economia, e é indicado consultar as referências bibliográficas disponibilizadas, pois elas geralmente aparecem nas provas.
O nível de dificuldade das questões das provas elaboradas pela FGV não é algo predeterminado, podendo ser maior ou menor, fato que vai depender das exigências do órgão contratante. Assim, podem ser observadas questões extremamente complexas ao lado de outras consideradas relativamente simples.
As questões referentes à língua portuguesa geralmente apresentam textos com metáforas. Análise sintática (relacionada ao texto apresentado), tipos de oração (coordenadas e subordinadas) e formação de palavras, entre outros itens, são cobrados com frequência.
Na parte destinada às questões sobre direito, o candidato vai encontrar conceitos doutrinários e casos práticos relacionados ao texto de lei. Para se sair bem, é interessante se inteirar sobre casos recentes da corte brasileira, em especial os considerados polêmicos.
A redação
A seção denominada “Prova Escrita Discursiva” compreende a redação de um texto que pode ter de 25 a 30 linhas e de uma questão discursiva que deve ter 30 linhas. Essa prova é realizada no mesmo dia da prova objetiva e, por esse motivo, é muito importante gerenciar o tempo com bastante precisão.
Cesgranrio
A Fundação Cesgranrio ou, simplesmente, Cesgranrio também é uma banca bastante conceituada no Brasil, responsável por vários concursos no âmbito federal, como o concurso do Banco do Brasil e o do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Geralmente, todo o assunto indicado no edital “cai” na prova. Então é interessante que o candidato já venha se preparando antes que o edital seja lançado para que possa ir se familiarizando com o conteúdo. Caso deixe para estudar após o edital ser divulgado, a pessoa corre o risco de não ter tempo suficiente de se aprofundar nas matérias.
As questões
As provas dessa banca, de modo geral, costumam conter questões extensas. Além disso, imagens e gráficos normalmente estão presentes, em especial na seção de atualidades e de língua portuguesa.
As questões, normalmente, são de múltipla escolha, com 5 alternativas possíveis, entre as quais apenas uma estará correta. Contudo, esse formato pode sofrer alterações de acordo com as exigências da instituição que tenha contratado a banca.
Fique atento, pois, embora as questões sejam consideradas de nível médio em relação ao grau de dificuldade, costumam apresentar pegadinhas. Os textos utilizados como base para a resolução das questões costumam ser longos e podem ser retirados de jornais e de revistas.
É possível que a banca use um único texto ao qual quase todas as questões de uma disciplina específica estarão relacionadas. Ou seja, você vai encontrar textos bem compridos e várias questões que devem ser respondidas com base na leitura dele. Assim, uma boa dica é dar atenção especial à leitura (principalmente de textos longos) e à interpretação de texto durante o estudo.
No que diz respeito à escolha do conteúdo das questões, em relação aos temas abordados, ela é feita com bastante cuidado e, normalmente, a banca divide o número total de questões pelo número de temas de maneira proporcional.
Isso faz com que a pessoa precise, realmente, estudar toda a matéria presente no edital e não apenas focar em uma, de forma específica. Contudo, basicamente 60% da prova é formada por questões relativas ao cargo para o qual a pessoa está concorrendo
Os textos de lei também costumam estar presentes nas provas elaboradas por essa banca, e as situações que vêm acontecendo no momento são cobradas — não apenas na seção de atualidades, mas também na parte de redação.
Além do mais, pode acontecer de as questões da prova, tanto as subjetivas quanto as objetivas, apresentarem pontuações diferentes. Se esse for o caso, comece resolvendo as questões de maior valor. De qualquer forma, fique sempre atento ao tempo.
A redação
O nível de dificuldade da redação pode ser considerado mediano. Normalmente o candidato precisa produzir um texto dissertativo-argumentativo, que pode ter como base um texto retirado de uma revista, por exemplo. São fornecidas instruções sobre como a pessoa deve desenvolver e apresentar a redação, e a quantidade de linhas é semelhante à quantidade indicada pela maioria das outras bancas: de 25 a 30.
A Cesgranrio, às vezes, usa questões parecidas com as de provas anteriores. Assim, é muito útil conhecer essas provas e utilizá-las como ferramenta de estudo.
FCC
Sigla para Fundação Carlos Chagas, a FCC também é uma banca tradicional no país. Embora organize concursos dos mais diversos setores, pode-se dizer que a sua principal área de atuação é a jurídica.
As questões
As provas da FCC apresentam nível médio de dificuldade. Geralmente é cobrado todo o assunto presente no edital, e elas são constituídas, na maior parte das vezes, apenas de questões objetivas. São oferecidas 5 alternativas, dentre as quais o candidato deve escolher 1, que considere correta.
Embora, de modo geral, seja solicitado que se marque a alternativa certa, é importante ficar atento, pois o contrário também pode acontecer, e pessoa deverá marcar a alternativa incorreta. Nesse caso, para que o candidato não se confunda, é interessante destacar a questão ou apenas a palavra “incorreta” de forma que não venha a errar por falta de atenção.
O enunciado das questões normalmente apresenta uma situação em um determinado contexto, coloca um problema a ser resolvido ou apenas faz um questionamento objetivo a respeito de algum assunto.
Na seção destinada à língua portuguesa, os textos geralmente são compridos (o que pode cansar um candidato que não esteja bem preparado). O assunto das questões é, quase sempre, interpretação de texto e gramática.
É interessante que a pessoa foque no estudo:
- da concordância verbal;
- da regência verbal;
- dos tempos verbais;
- dos modos verbais;
- da acentuação;
- da ortografia.
Um ponto importante a ser considerado é o fato de a Fundação Carlos Chagas se pautar nas regras da gramática normativa.
Na parte destinada às questões de raciocínio lógico, a banca combina lógica e matemática, além de apresentar uma determinada afirmação que deve ser julgada como verdade ou mentira.
Nas questões sobre direito, a letra de lei costuma ter mais peso do que a jurisprudência e do que os conceitos doutrinários. Aliás, todo candidato que esteja se preparando para algum concurso público que tenha a ver com magistratura deve conhecer profundamente a lei de forma literal.
Na seção informática e tecnologia da informação, as questões são elaboradas sob um ponto de vista prático. O objetivo é saber se o candidato realmente tem conhecimento dos conceitos básicos sobre o assunto e se sabe utilizar efetivamente as ferramentas relacionadas à informática e à tecnologia da informação.
No entanto, quando se trata de uma prova ligada, especificamente, à área da tecnologia da informação, o assunto das questões vai apresentar um nível mais elevado de dificuldade e pode abordar conhecimentos de gerenciamento de bancos de dados e sistemas de segurança da informação.
A redação
E, por último, mas não menos importante, é claro, temos a redação. Nessa seção, o assunto sobre o qual a pessoa deve escrever pode aparecer no modelo de um texto ou de uma frase apenas. Normalmente são abordados assuntos atuais e temas considerados polêmicos.
Pode ser solicitada a produção de um texto do tipo expositivo e, nesse caso, o candidato deve explanar sobre o assunto em pauta de forma imparcial. Se for solicitada a produção de um texto argumentativo, ele precisa expressar a sua opinião frente ao assunto em questão e apresentar argumentos sólidos e convincentes para embasá-la.
Existem algumas dicas que podem ser seguidas em praticamente todas as provas, de qualquer banca, de forma que o candidato tenha mais chances de sucesso, como:
- estabelecer um determinado número de horas destinado ao estudo;
- estudar todo o conteúdo discriminado no edital;
- analisar provas anteriores e utilizá-las como material de estudo;
- treinar a produção de textos dissertativos e argumentativos (tipos de texto cobrados com muita frequência na parte de redação);
- produzir o texto, primeiramente, na folha de rascunho e depois passar a limpo na folha definitiva, com muita atenção;
- administrar o tempo adequadamente durante a resolução das questões da prova.
Cada banca possui as suas especificidades. Assim, procure se inteirar bem a respeito do perfil de cada uma delas. Afinal, além dos conhecimentos relativos ao conteúdo disposto no edital, conhecer as particularidades do órgão responsável pela preparação, aplicação e correção das provas é muito importante para que você possa se preparar melhor e consiga alcançar um resultado satisfatório: a aprovação no concurso!
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